terça-feira, 21 de dezembro de 2010

ENTREVISTA EXCLUSIVA "…teríamos sido campeões… Se… um árbitro na final não tivesse dado a vitória ao Benfica…"

Após a brilhante campanha em 2010, mais uma vez o Tinta Lusa dá o privilégio aos seus leitores, de poderem ler a primeira entrevista exclusiva de um jogador do Beira-mar. A mesa com o Horto… é como se segue, sem tabus e preconceitos…
Tinta Lusa: Equipa sensação do CN (Campeonato Nacional), equipa que mais dificultou a vitória final do S.L.B em toda a história… ao ponto de a maior parte do Paintball nacional achar que o Beira-mar também merecia ser campeão... qual é a sensação?

Horto: É como comer rodízio e no final do jantar o ananás vir muito azedo e frio, no entanto, quando conseguimos perceber que nem só das vitórias vêem as alegrias, nós próprios não estamos a conquistar uma vitória?

Tinta Lusa: aproveitando a analogia... o ananás veio na Lousada, que aconteceu nessa prova? o Beira-mar foi finalista em todas as restantes provas e nessa escorregou, foi a pressão de estar tão perto?

Horto: Nada de pressão, foi o inverso, foi a descontracção em excesso. Relaxamos muito, não que não tivéssemos o respeito que sempre tivemos por todos os adversários, mas houve um conjunto de factores que proporcionaram esta descontracção. Também o facto de termos treinado pouco, antes dessa prova, veio influenciar o mau resultado. Mas, teríamos sido campeões mesmo com este deslize. Se… um árbitro na final não tivesse dado a vitória ao Benfica com uma má decisão. Estou a ter mau perder agora?... ups.

Tinta Lusa: onde reside o segredo, que o deixará de ser agora, deste Beira-mar?

Horto: Comemos bebés ao pequeno-almoço (risos). O nosso segredo este ano é o mesmo segredo do ano passado. Nós o ano passado fomos e este ano vamos ser um dos melhores grupos de amigos em Portugal.

Tinta Lusa: vou fazer uma adenda a questão, se me permites, o teu/vosso Beira-mar é campeão nacional em todos os escalões até chegar a 1ª divisão, os amigos no trajecto foram mudando, quem faz com que os que foram entrando no meio do trajecto se insiram e se tornem nesse grupo fantástico?

Horto: houve várias pessoas que passaram por este grupo, quer directa ou indirectamente foram acrescentando moral e valor à equipa, Victor Oliveira, Rogério, Gil Beldford, depois há outras pessoas como o Paulo Jacob e o Pedro Jacob que transmitem uma energia fantástica e acreditem se quiserem, quando queremos muito uma coisa, se lutarmos muito por ela e acreditarmos que a podemos alcançar, obtemos o que procuramos. Além disso temos um capitão fantástico o Ângelo Canelas, que muitas vezes dá o que tem e o que não tem por esta equipa.

Tinta Lusa: disparemos... qual foi a equipa com quem sentiram mais dificuldades?




Horto: Trolls



Tinta Lusa: publicaste a uns meses no bloog do Beira-mar... e ainda comentaste no pódio em vila do bispo, que andaste o ano a ouvir e calar... queres clarificar melhor os leitores?

Horto: Prefiro não abrir mais essa porta, está fechada e deitei a chave fora.

Tinta Lusa: muito bem, passemos a outro assunto então, dos jogos que vi do Beira-mar (quase todos), vejo uma equipa que dispara muito, tem uma disposição corporal fantástica nos obstáculos, apresenta boas estratégias e joga normalmente na "contra" (entenda-se, arranque seguro, jogam com tiros cruzados no primeiro tempo e após a queda de um adversário, entram muito bem por esse flanco), concordas? queres clarificar?

Horto: tentamos jogar á luz dos melhores, fazemos muito trabalho de casa. Por vezes, jantarmos juntos e falarmos da nossa vida é melhor do que ir disparar uma caixa de bolas. Se me permites, a nossa táctica não é cruzar tiros nem esperar que uma peça caia, a nossa táctica é muito mais do que isso e é impossível de explicar e fazer com que toda a gente entenda. Concluindo, gostamos que nos vejam agressivos dentro de campo, seja a equipa que for o nosso objectivo é ganhar.



Tinta Lusa: vejo... que baseias muito do vosso sucesso e características de jogo na parte emocional e na gestão disso. Vendo-te de fora, como definirias o horto jogador?



Horto: indefectível na hora de julgar, fanático pelo meu grupo.

Tinta Lusa: quais as apostas do Beira-mar para a próxima época? que podem prometer aos fãs?

Horto: Nós não costumamos subir muito as nossas apostas, gostamos que tenham a percepção de que este grupo é humilde e vive um dia de cada vez, gostamos, como é claro, de ganhar nem que seja a brincar, mas aquilo que podemos prometer é suor e mais suor, treino duro para que a dureza dos treinos se reflicta na suavidade dos jogos. Vamos perder algumas vezes e ganhar outras, esperemos que no final o saldo seja positivo. Se me perguntasses: O Beira-Mar inspira a ser campeão nacional? a resposta seria: Sim, claro que sim.

Tinta Lusa: Se pudesses voltar atrás, mudavas alguma coisa?

Horto: não. Correu tudo bem, tudo como planeado, o grupo está ainda mais forte e além de termos fortalecido mais o nosso balneário, ainda ganhamos novos amigos.

Tinta Lusa: Para rematar esta entrevista, gostaria que me enviasses uma foto do Beira-mar onde se vislumbre a vossa força e que dediques umas palavras aos leitores do Tinta Lusa.

Horto: A força está aqui. Neste abraço e olhar sincero de amigos que dariam a vida uns pelos outros. Quero e como não poderia deixar de ser, agradecer a algumas pessoas, Paulo Jacob, Inês, Javier, Jota, APD, Sport Club Beira Mar e a todos aqueles que olharam por nós este ano. Na terra ou sabe-se lá por onde, obrigado por terem acreditado que o sonho era possível, obrigado por terem acreditado em nós. Já agora queria destacar os principais valores da nossa equipa, honestidade, lealdade e humildade. Para o ano estaremos mais fortes.









Tinta Lusa: em nome do Tinta Lusa; Muito obrigado Horto!




to be continued...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O TREINO – preparação…

Há quem se prepare para o jogo e há quem se prepare para a vitória, quais as diferenças?

Quem se prepara para o jogo, tem que ser capaz de enfrentar os problemas apresentados pelo oponente, pelo terreno de jogo e ainda pela forma – no sentido mais lato – da sua equipa. Assim, a preparação deve ter por base a “protecção”; já que a invencibilidade prende-se com a defesa; e ainda, com a “capacidade ofensiva” ou ataque; que é de onde podemos obter a vitória.

Quem se prepara unicamente para a vitória, descura e coloca de lado as infindáveis hipóteses que o adversário (preparado) colocar-lhe-á durante o jogo/ponto.

Preparação…treino…

Para planificarmos o nosso treino, temos que definir o número de vezes que o iremos por em prática, vamos treinar quantas vezes por semana? Por mês? Por ano? A isto, anexar as competições, quantas por mês? E exactamente, quando irão acontecer?

Planificado o trinómio data/treino/competição, teremos que formar os ciclos de preparação, macrociclo, mesociclo e microciclo;






O termo “macro” vem da palavra Grega makros que significa algo de grande tamanho.

O macrociclo é o conjunto de meses (mesociclos) e semanas (microciclos), que constituem valências que só se obtêm a longo prazo. Como por exemplo, fluidez de jogo e resposta imediata dos jogadores perante mudança de sistema táctico ou como resposta a uma alteração imposta pelo adversário, basicamente estamos a incutir no subconsciente dos jogadores respostas (técnico/tácticas) automáticas as vicissitudes do jogo.





O mesoclico é o conjunto de semanas (microciclos), que outorgam alicerces básicos no jogador, técnica, capacidade física e gestão emocional deverão ser incutidos neste ciclo.


Especial atenção ao mesociclo competitivo: nos casos mais simples os mesociclos deste tipo compõem-se apenas de um microciclo introdutório, outro competitivo e outro recuperativo.


Microciclo (mikros ou pequeno):


Microciclo de choque; implica um grande volume global de treino e um nível elevado de mobilização, tendo como objectivo o estímulo dos processos de adaptação do organismo.
Constituem uma parte importante do trabalho de preparação e utilizam-se igualmente no período competitivo.

Microciclo de competição: tomando em consideração o número de competições e a duração temporal que as separam, estes microciclos podem limitar-se ao treino de preparação directa para a competição (terminal) ou aos procedimentos de recuperação. Podem incluir sessões de treino específico/táctico.

Estes conceitos servem – como já devem ter notado – para planificarmos a época de forma a que possamos ter uma vista ampla do que nos espera, traçarmos uma estratégia que vá de acordo com o que pretendemos e ainda, sempre e quando desejarmos, efectuar um zoom microscópico que nos permita melhorar as fraquezas e manter as virtudes.



Planifiquem bem e depois utilizem a maior das forças!



“Existe uma força mais poderosa que o vapor, a electricidade e a energia atómica. Essa força é a da vontade – Einsten”




TO BE CONTINUED