sexta-feira, 13 de novembro de 2009

ENTREVISTA EXCLUSIVA "vejo o Nuno como um elo de ligação entre todos"

Hoje, o Tinta Lusa dá o privilégio aos seus leitores de poderem ler a primeira entrevista exclusiva com um jogador do S.L.B após a brilhante vitória em S.P.L (Millennium-Series-2009). Assim, teremos na “primeira divisão” da maior prova efectuada na Europa, um representante português e é assim que Nuno Lourenço, mais conhecido com o nome de guerra “Ossos”, fala-nos do trajecto recente do S.L.B e de alguma forma intimista destapa o véu para espreitarmos onde reside o segredo de tanto, tanto e tanto sucesso.


Tinta Lusa:
Iremos iniciar esta entrevista pelo fim… Após teres digerido a vitória em SPL, ou seja quando estavas sozinho e pensando no percurso brilhante que efectuaram, a que conclusão chegaste?
Ossos:
A digestão de vitórias como esta é sempre fácil, mas não podemos deixar as coisas passarem em vão. Eu tenho por hábito analisar todo o evento no caminho para casa, neste último tive imenso tempo entre aeroportos, aviões e escalas. Mas ponho nos pratos da balança o que ganhei e o que perdi.
O resultado, claro que foi positivo, ganhar SPL é de facto um feito único para nós e estar em CPL com uma equipa portuguesa é tão bom para nós como para o Paintball nacional.
Mas o que perdi também não deixa de pesar. Gastamos muito dinheiro, perdemos muitos fins-de-semana a treinar, dias de férias para ir aos Millenniuns, tudo isto pode parecer pouco, mas depois de 5 anos em que só faltei a 2 eventos, faz uma mossa bem profunda.



Tinta Lusa:
Sentes-te desgastado de alguma forma? Seja física ou psicologicamente?
Ossos:
Fisicamente pareço um senhor de 60 anos, os meus joelhos estão uma lástima, todas a provas são feitas a base de analgésicos. Psicologicamente penso que seja um bocadinho desgastante, já que é difícil estar longe do nosso lar durante 4 dias, há quem pense que são férias, mas de férias tem muito pouco, é preciso saber lidar com a pressão aturamos coisas que se calhar noutra altura não aturávamos e tentar gerir os escassos recursos financeiros… mas em contra partida ganhamos camaradagem o sentimento de união e família que dura toda a vida e que é o que realmente ganha jogos.




Tinta Lusa:
Já que “tocas” na parte emocional, ao nível de jogadores portugueses quais foram os que fizeram toda a campanha?
Ossos:
Eu o Hugo, o Gustavo (espanhol), o Tiago Coelho faltou a uma e o Miguel Franco a outra o Gil foi a uma prova. É muito importante irmos todos e sempre os mesmos para garantirmos coesão, visto que já estamos jogar com dois outsiders.



Tinta Lusa:
Como definirias a intervenção de cada um, ou seja, que analogia podes fazer com cada membro da equipa?
Ossos:
O Hugo é sem dúvida alguma o motor que põe a equipa a andar, é indescritível o que ele faz, arranja, mexe para que tudo corra bem paintbolisticamente, é um "one man show" como todos o conhecemos, tem o mérito de conseguir fazer com que as coisas aconteçam.
O Tiago é calmo, o “relax”, é indescritível a boa vibração que emana e isso dá segurança à equipa. Ver o Tiago stressado no Paintball é coisa que não me lembro de ver, contra boas ou más equipas o Tiago tem sempre a certeza que ganha.
O Miguel é o sangue que nos corre nas veias… é um miúdo que se o deixarmos não dorme e não sai de dentro dos campos... É a alegria em pessoa, sempre a contar histórias, sempre a fazer das dele. Tem um bom coração e se não se "perder" vai ser um óptimo jogador.
O Gustavo é o coração é a dedicação em pessoa. Foi-lhe dada a oportunidade de jogar connosco em SPL mas foi frisado que tinha de ganhar o seu espaço. Ele aceitou e desde então dá tudo o que tem e o que não tem em prol da equipa, um dos momentos que me marcou esta época foi vê-lo jogar como titular em Londres, parecia que tinha novamente 15 anos, estava no céu.

Tinta Lusa:
Vou ser algo acutilante contigo, considerado como a humildade em pessoa, antes de te definires, lanço o repto a que o faças como se te visses de fora, tendo em mente que humildade a mais também é vaidade.
Ossos:
(risos) eu de fora vejo o Nuno como um elo de ligação entre todos.. Sou um bocado o braço direito do Hugo, dou tudo o que posso e faço sacrifícios (como todos) pela equipa. Acho que ao fim de tantos anos ganhei o meu espaço e tento não desiludir... principalmente a minha equipa.



Tinta Lusa:
Vamos “disparar” um pouco, que jogo foi o mais difícil nesta caminhada?
Ossos:
Tivemos vários, mas acho que a final de Londres fica na memória, por ter sido contra uma equipa que nos derrotou nas preliminares e que estava recheada de Russian Legions. Foi um jogo disputado taco a taco, ponto para cá, ponto para lá, e no final foi ganho por quem teve mais calma, mais experiência, por quem queria mais. Lembro-me de ir para o último ponto e quando nos cruzamos olhei bem nos olhos deles e eles viraram a cara, nesse momento tive a certeza que a vitória já estava do nosso lado.
Existe também um jogo que perdemos, falo no jogo que nos eliminou na Turquia, porque não foram eles que ganharam, fomos nos que perdemos. Estávamos desconcentrados, não controlávamos zonas, foi muito mau.



Tinta Lusa:
Ultima questão sobre esta campanha, tem-se falado muito nos vossos americanos, gostava de saber primeiro se efectivamente fazem a diferença e qual deles te surpreendeu pela positiva e porque?
Ossos:
Tivemos 3 americanos, Scott Kemp(LA Iroman) ALex Savino(Infamous) e Nicky Cuba(LA Ironman), o que me surpreendeu mais foi o Nicky, mas de todos foi o que se portou melhor, foi o mais consistente para alem de que é o mais humilde, ajuda-nos e tem prazer em ensinar, o Scott e o Alex iam para lá jogar e pouco mais.
E na minha opinião tanto o Alex como o Scott só fizeram uma prova realmente boa, de resto penso que em Portugal temos quem faça igual ou melhor.



Tinta Lusa:
Retrocedendo agora mais um pouco no tempo, vocês são indiscutivelmente a melhor equipa do Paintball nacional, em relação a última época achas que o nível tem descido? O que falta as equipas para fazer deste campeonato uma disputa mais renhida com o S.L.B? Sim, porque vocês realmente passeiam por terras lusas.
Ossos:
Eu precisamente acho o contrário, o nível tem vindo a subir em Portugal, as equipa têm treinado mais e melhor, temos tido algumas derrotas. Penso que o que falta às equipas em Portugal é experiência e experiência não é jogar há muito tempo. Desculpem a modéstia, dizem que sou dos jogadores mais experientes, mas só jogo a 5 anos. Existe, de certeza gente a jogar há muito mais tempo. A experiência ganha-se a jogar com e contra os melhores. É ir lá fora, é saber que temos de ganhar e não podemos "morrer" custe o que custar, penso que a nossa capacidade de aguentar a pressão ganha muitos jogos.
Quando esta tudo empatado e falta pouco tempo ou o ponto é decisivo, habitualmente cai para o nosso lado.
É natural, habituados a fazer o mesmo mas contra equipas cheias de Russian Legions, ou X-Factor, dá-nos outro traquejo. Sabemos o que fazer, como agir, como jogar.
Ir aos Millenniun’s ajuda imenso qualquer equipa que pretenda ganhar... mas quando digo ir aos Millenniun’s, não digo pagar os voos, ir para um hotel, jogar, arrumar as botas e vir para casa, não!, é acabar jogos e ir ver CPL, é ser eliminado da prova e não sair das bancadas, em vez de ir passear para a Downtown.
Em relação a ter equipas que dão luta, a uns tempos atrás fui a uma prova para terras do norte, o denominado TRN e ao fim de 15 minutos de lá estar disse ao Hugo, "é por isto que eles ganham jogos", e disse isso porque em 15 minutos houve 2 equipas irmãs que não se calaram um bocadinho só, brincavam, falavam, riam, notava-se cumplicidade, coesão e ate de certo modo carinho e protecção. É muito difícil derrotar uma equipa assim, porque antes de quererem vencer o jogo querem proteger o colega do lado, equipas assim há poucas e as que há ganham sempre. Claro esta que é dos metralhas que falo.



Tinta Lusa:
Existe uma questão pertinente perante o vosso sucesso, fala-se em irmandade, união de grupo, família… fora do Paintball e até porque estamos a falar de pessoas muito diferentes com hábitos sociais também diferentes, vocês estão juntos? Todas as semanas? Todos os meses? estão em contacto?
Ossos:
Realmente é pertinente. Não estamos todos juntos diariamente ou semanalmente, estamos todos quando há treinos, provas ou por uma outra ocasião remota. Mas por exemplo eu falo quase todos os dias com o Gil, e falo com o Hugo regularmente o Hugo mora com o Miguel e fala quase todos os dias com o Tiago, eu e o Gil vamos muitas vezes ao bar do Filipe, o Pires esta sempre pronto para tudo mas tem a faculdade. Portanto, vamos comunicando entre todos na mesma. Apesar de não estarmos juntos todos os dias ou semanalmente, 5 vezes por ano estamos 4 dias 24 horas dia, ou seja, nunca nos separamos e é inacreditável o que as relações evoluem nestes bocadinhos, se calhar sinto o Hugo mais um membro da minha família, já que é uma pessoa com quem estou todos os dias e já conheço à mais tempo.



Tinta Lusa:
Outra grande curiosidade, treinos, treinam todas as semanas?
Ossos:
Gostávamos e fazia-nos falta, para combater em pé de igualdade com as outras equipas lá fora que treinam com 70 caixas por fim de semana, nos treinamos com 10 e é de 15 em 15 dias. Mas tentamos aproveitar ao máximo estas 10 caixas, treinamos muitos drills, pequenas coisas que em campo fazem a diferença. É uma chatice treinar, eu sei, mas é muito bom ganhar, portanto fazemos um ou 2 jogos para aquecer e depois treinamos drills, ate à exaustão. Há muita coisa para treinar, muito sitio onde ir buscar informação, eu penso que a maioria das pessoas que jogam, não está disposta a entregar-se á parte chata do Paintball. Mas assim sendo também não se podem queixar da falta de resultados.



Tinta Lusa:
Deduzo, pelo que dizes, que não treinam indoor, por algum motivo especial? Qual é a tua opinião sobre o treino em indoor?
Ossos:
Não treinamos indoor em primeira instância porque não temos nenhum que seja barato e nós já temos muitas despesas. Mas acho que o indoor é um sítio muito bom para treinar, mas nunca jogo. Drills, movimentações, snap, tudo isso é óptimo, uma hora por semana dava-me um jeitão. Acho que quem tem possibilidades devia aproveitar ao máximo.



Tinta Lusa:
Para rematar esta entrevista, gostaria que me enviasses uma foto do S.L.B onde tu vejas a vossa força e que dediques umas palavras aos leitores do Tinta Lusa
Ossos:
Primeiro queria agradecer a oportunidade de falar no único blog de Paintball em Portugal que não se dedica a contar as notícias, mas sim à formação de quem quer aprender e crescer. Aos leitores do Tinta Lusa, espero que aproveitem esta fonte de conhecimento e apliquem a vocês e às vossas equipas, eu já aprendi com este blog e estou sempre ansioso pelo Post seguinte, é um dos meus clicks diários. Informação em quantidade e com qualidade é de louvar este trabalho.

Tinta Lusa:

Obrigado Ossos!
TO BE CONTINUED

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

ESTATUIR A MELHOR AVENTURA (4)

Deixem-me partilhar a história de um homem que fracassou nos negócios com 21 anos, foi derrotado numa eleição legislativa com 22 anos, fracassou outra vez nos negócios com 24 anos, ultrapassou a morte da sua amada aos 26 anos, teve uma depressão nervosa com 27 anos, perdeu uma eleição para o congresso com 34 anos, perdeu – novamente – uma eleição para o congresso com 36 anos, perdeu uma eleição para o senado com 45 anos, fracassou na tentativa de se tornar vice-presidente com 47 anos, perdeu – mais uma – eleição para o senado com 49 anos…

No entanto, foi eleito presidente dos Estados Unidos com 52 anos…
O nome deste homem era Abraham Lincoln.

Quero com isto dizer, que somos frequentemente apanhados na armadilha mental de pensar que as pessoas de enorme de sucesso chegaram onde chegaram porque têm um dom ou algo espiritual. Contudo, um olhar mais de perto mostra que o maior dom que as pessoas de grande sucesso têm a mais do que as vulgares é possuir instintivamente uma grande capacidade de agir.
Instinto? Sim, do latim instinctu, é algo inato ao ser vivo, um tipo de inteligência no seu grau mais primitivo. Ele guia o homem e os animais que possuem um grau mais elevado na sua trajectória pela vida, nas suas acções, visando justamente a preservação do ser. Os instintos são adquiridos nas experiências vividas, no confronto com determinadas situações e nas respostas a elas, e então herdados pelas gerações posteriores. Eles se manifestam nos homens, na maior parte das vezes, através das reacções a certas emoções.

Perfil tipo dos jogadores; escolher jogadores é escolher instintos…antes de escolher os mais elevados tecnicamente, os velozes como trovões ou os que vos parecem ter um estilo de jogo espectacular, definam a vossa base (a quem fale muito em núcleo duro) com aqueles que possuem um instinto natural para a acção e o esforço; é nessas duas palavras que devemos ter à volta de – no mínimo - 40% dos jogadores.

Jogadores que não tenham medo de fracassar e que estejam dispostos a dar o exemplo… sempre… mesmo quando as coisas não correm bem.

Dentro deste lote, certifiquem-se que obtêm experiência o que normalmente acarreta know-how na metodologia de jogo e treino que queremos aplicar.

Agora, já temos um tronco forte e robusto com motivadores e persistentes estrategas, é a vez de aplicar sólidas ramas.

Na minha opinião a técnica deve ser acompanhada de uma boa energia (vitalidade física), velocidade e coordenação motora, procurem bases rápidos, cobras ultra-sónicos e muito técnicos… especializem os vossos jogadores, devem ter noção de como se joga em qualquer posição, mas tem que ter como alvo ser os melhores numa delas.

Se esta equipa se apaixonar pela organização e pela gestão desportiva do grupo, estarão apaixonados pela camisola, sim, as camisolas são as pessoas que as vestiram e as pessoas que as vestem com todo o projecto que elas representaram e representam.

É a paixão que leva as pessoas a ficar acordadas até tarde e a acordar cedo, é a paixão que leva os gritos de guerra a ouvirem-se!

Basicamente o que fizemos neste inicio de viagem foi simples… decidir o que realmente queremos; e, decidir que preço estamos dispostos a pagar para fazer com que aconteça, resta depois, pagar esse preço.

Sou fã da acção e da operacionalidade das e nas “coisas”, gosto de chamar às pessoas que sabem o que querem e que estão dispostas a pagar o preço necessário para o conseguir “as poucas que fazem” versus “as muitas que falam”.

“Se fizeres o que sempre fizeste, obterás o que sempre obtiveste” (anónimo)

Informação+acção = sucesso


To be continued

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

ESTATUIR A MELHOR AVENTURA (3)




“Sob a direcção de um forte general, não haverá jamais soldados fracos” (Sócrates).


Capitão; em circunstâncias de carácter “amador” a escolha do capitão é fundamental, já que é a ele que lhe cabem deveres muito mais abrangentes do que em circunstâncias mais “profissionalizadas”.

Assim, este capitão é um gestor (operacional), psicólogo, treinador e jogador.

Mais uma vez, a nossa escolha deve ser a resposta a uma questão; que tipo de liderança desejamos para nossa equipa? Ou, recuando mais um pouco, que modelos de liderança existem e qual a que desejamos.

Liderança é o processo de conduzir um grupo de pessoas, transformando-as numa equipa que gera resultados. É a habilidade de motivar e influenciar os liderados, de forma ética e positiva, para que contribuam voluntariamente e com entusiasmo para alcançarem os objectivos da organização.

Estilos de Liderança;

Liderança autocrática: Na Liderança autocrática o líder é focado apenas nas tarefas. Este tipo de liderança também é chamada de liderança autoritária ou directiva. O líder toma decisões individuais, desconsiderando a opinião dos liderados.

Liderança democrática: Chamada ainda de liderança participativa ou consultiva, este tipo de liderança é voltada para as pessoas e há participação dos liderados no processo decisório.

Liderança liberal ou Laissez faire: Laissez-faire é a contracção da expressão em língua francesa laissez faire, laissez aller, laissez passer, que significa literalmente "deixai fazer, deixai ir, deixai passar". Neste tipo de liderança as pessoas tem mais liberdade na execução dos seus projectos, indicando possivelmente uma equipe madura, auto-dirigida e que não necessita de supervisão constante. Por outro lado, a Liderança liberal também pode ser indício de uma liderança negligente e fraca, onde o líder deixa passar falhas e erros sem corrigi-los.

Liderança paternalista: O paternalismo é uma atrofia da Liderança, onde o Líder e a sua equipa têm relações interpessoais similares às de pai e filho. A Liderança paternalista pode ser confortável para os liderados e evitar conflitos, mas não é o modelo adequado num relacionamento profissional, pois numa relação paternal, o mais importante para o pai é o filho, incondicionalmente. Já em uma relação profissional, o equilíbrio deve preponderar e os resultados a serem alcançados pela equipa são mais importantes que um único indivíduo.

A estas eu adicionaria outra com as seguintes características: um líder focado nas tarefas, que toma decisões com há participação dos liderados e que superintende as tarefas delegadas com alguma liberdade. Chamar-lhe-ia, Liderança auto-democrática-liberal, sendo neste cocktail que recairia a minha escolha.

No que concerne ao nosso espaço (Portugal), verifico que dominam os tipos de liderança autocrática e liberal. A autocrática trará muitas vezes as famigeradas expressões auto comiseradoras - “ele tem algo contra mim” – “ele faz o que quer” – “ele decide mal”, no que se refere a liderança liberal as expressões serão qualquer coisa como - “ele não quer saber” – “ele não decide” – “ele não faz nada”.

É exactamente no inicio de cada manifestação, ou seja no “ele”, que reside o problema, a liderança não pode residir num “ele” o culpado da derrota ou da vitória não pode ser – nunca – um “ele”.

A parte gestora do capitão deve presentear os seus “soldados”, com regras pré-estabelecidas que desoneram o “ele” da toma de decisões que influenciam directamente a parcela emocional dos jogadores. A regra é clara e todos optamos por ela, não foi “ele” que tomou a decisão, entendido?

Agora, este capitão terá espaço para preocupar-se com a parte emocional da equipa (no entender de muitos, responsável em 90% dos casos vitoriosos) é o estado emocional que indicará que tipo treinos deverá efectuar e quando, que tipo de jogadores deverá utilizar em cada momento e que tipo de liderança deverá abordar nesse tempo... porque existem circunstâncias que obrigam a uma postura autocrática e até paternalista.

To be continued

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

ESTATUIR A MELHOR AVENTURA (2)

Antes de abordar os três próximos itens, gostaria de deixar claro que na metodologia de treino os atletas exercitam qualquer acto técnico aliviados da componente esforço de jogo o que desvirtua a acomodação do gesto técnico, adquirido e cimentado numa determinada base de disponibilidade psicofísica, que não obtêm a transposição mais eficaz para o contexto de jogo.

Embora não sendo possível engendrar em treino a pressão psicológica da competição – esta uma outra condicionante de grande relevo – o exercício específico da concretização deve ser realizado após trabalho táctico intenso, ou outro onde a componente de esforço é exacerbada, de modo a forjar um contexto semelhante ao do jogo o que vêm a melhorar de forma sensível o rendimento dos gestos técnicos quando em situação real.

Obviamente que faculdades como a superação, ambição o suportar a pressão psicológica e a solidariedade, devem ser obtidas no perfil tipo dos jogadores (entenda-se na escolha dos jogadores), para posteriormente serem trabalhadas e intensificadas. É extremamente difícil criar estas capacidades em quem não possui propensão para as mesmas.

Metodologia de jogo e treino que queremos aplicar; existem imensas e divergentes opiniões sobre que tipo de jogo é o mais efectivo, aqui irei expor a minha opinião seguindo o caminho traçado até agora... simples e claro.

Ganha-se mais vezes atacando, mas para chegar a ter um jogo rápido, de ataque fluído e letal, teremos primeiro que passar pelos seguintes patamares; vejamos o que dizem os espertos nesta matéria…

Se tivermos que atribuir uma importância funcional diferenciada ela recairá por certo no apuro técnico-táctico por ser o eixo fundamental do jogo e o motor de desempenho essencial da equipa em campo.

Hoje em dia as novas modas continuam a ditar as suas regras, porque há sempre alguém que se revolta contra os consensos instituídos, criando uma nova ordem que fará escola e nova razão, até que outro “revolucionário” se decida a romper o alinhamento da última certeza e procure instituir outra.

No fundo, o paintball não diverge muito da evolução natural das coisas, onde o que hoje é verdade amanhã é mentira, ou no mínimo, menos verdade.

Sem pretendermos revolucionar o que quer que seja, atrevo-me a percorrer um espaço de transcendente importância e nesse sentido, sujeito a uma enorme multiplicidade de opiniões, conceitos e preconceitos.

Refiro-me à metodologia do treino técnico-táctico, ou seja, a determinação dos melhores caminhos que hão-de conduzir os atletas à compreensão e integração dos elementos de trabalho propostos ao longo de semanas e meses, tornando possível exprimir posteriormente o jogo na sua globalidade, segundo as ideias e os conceitos do treinador.

Algumas regras que aqui se pretendem abordar são aplicáveis quer à condição técnica quer ao entrosamento táctico, até porque a primeira cabe na segunda, colhendo dessa sobreposição múltiplos benefícios.

Aqui há tempos fui assistir a um treino de uma equipa, entre vários exercícios desenvolvia-se um em que alguns jogadores progrediam desenhando um determinado esquema pré determinado e de belo efeito visual. O exercício desenvolvia-se em grande velocidade com os jogadores a percorrerem, numa corrida desenfreada, um figurino previamente traçado, sem qualquer oposição, terminando com disparos a alvos. Registe-se que, mesmo sem oposição, os alvos muitas vezes não eram abatidos… Esta última e estranha circunstância fica, em parte, a dever-se a rotinas e evoluções simplificadas, onde as propostas de trabalho se resumem a memorizar percursos e a uma diminuta participação activa na representação criada.

O “novo” caminho deverá ser… sempre… o treino recriar o jogo real. Deveremos sempre treinar com oposição.

Não raras vezes se podem observar evoluções de jogadores em treino mais parecendo uma coreografia muito bem articulada, deixando no ar apenas o desejo ardente de que a mesma se repita no próximo jogo, mas desta vez por entre os adversários que, infelizmente, não se disporão a fazer figura de espectadores, nem muito menos dispostos a apreciar o “espectáculo”.
Salvo raras excepções de componente técnica muito específica e precisa, nenhum exercício que envolva apuramento táctico ou técnico colhe resultados se for esquematizado e exercitado sem a componente de oposição imprescindível à sua consolidação. (Pedro Cabrita)

Desta forma algo extensa cabe-nos retirar o seguinte, base essencial técnica: snap-shooting, disparar e carregar, slides e wrapping, treino em modo de competição (com adversário) e com controlo de tempos. Isto, num modelo primário deve servir de apoio para posteriores treinos que incidam sobre técnicas consoante a posição de jogo.
Base essencial táctica: posições de jogos (base, distribuidor, médio e ponta) com atribuição do que são as suas obrigações inerentes. Comunicação e codificação. Procura e alocação do tipo de jogador que desejamos em cada posição, quero bases rápidos? Tenho um cobra que permita num determinado ponto efectuar “cobra directo”? onde quero alocar os jogadores mais experientes?

Sistema de jogo, apesar de adaptado para cada jogo ou para cada campo, tenho as posições básicas preenchidas por jogadores com as devidas competências? Somos capazes de alterar o tipo de jogo consoante o ponto e as necessidades do mesmo (agressivo, rápido, lento, técnico…)?

Predominância de jogo, a minha equipa consegue alterar facilmente a predominância do seu jogo (Chamuças, cobra, M…)?
Cobertura de jogo, os jogadores sabem quando e como devem cobrir o campo (linhas, cruzado)?
Lembrem-se “A melhor improvisação é aquela que é melhor preparada”.




to be continued

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

ESTATUIR A MELHOR AVENTURA

A pessoa que percebe como conduzir o talento colectivo irá arrasar seus concorrentes (Walter Wriston ).

Seguindo o diagrama a direcção é a “pessoa”, isto se quisermos acompanhar W.Wriston, ou o Deus que tudo vê e tudo ordena, para os mais espirituosos.
Assim, cabe as “direcções” definir claramente os itens expostos, começando de cima para baixo e mantendo harmonia entre eles. Faz sentido ter por objectivo ser campeão nacional se as infra-estruturas e condições para os jogadores não são “fortes”? Sejam harmoniosos.

Objectivos desportivos atingíveis; subentendesse, que a “pessoa” tem conhecimento dos recursos internos e externos de que pode usufruir. Não adianta sentarmo-nos a volta da Távola redonda e simplesmente afirmar que seremos os melhores.
Não vender sonhos, ser claro e colocar alvos acessíveis é fundamental. Ser óbvio muitas vezes não é fácil… 1º objectivo, em que provas/torneios/campeonatos posso assegurar que vou participar? 2º objectivo, em cada prova até onde posso chegar (não confundir com onde quero chegar).

Infra-estruturas e condições para jogadores; deixem-me historiar sobre a evolução do paintball a partir do momento em que me foi dado a conhecer. Quando conheci este mundo, ganhava quem tinha mais condições económicas o paintball era um desporto para quem tinha algum dinheiro, não existiam ainda indoors e treinar em outdoor era caro… assim aquelas equipas que tinham a hipótese de jogar mais vezes… eram as que ganhavam, também, mais vezes. Mais tarde e com o aumento da oferta (mais lojas e afins), os preços desceram e algumas equipas começaram a treinar com mais afinco no modelo outdoor… agora, começavam a distanciar-se as equipas que jogavam e treinavam das que simplesmente jogavam. Depois e ainda com o preço em baixa, apareceu o Indoor com as reball, imensas equipas aderiram e verificou-se que em poucos meses um jogador iniciado conseguia adquirir uma técnica e postura apreciável. Hoje, contemplo com alguma perplexidade duas “posições”, os que defendem que o indoor não permite treinar de forma eficaz (desvia a bola, o primeiro tiro é mau…) e os que achamos que é fundamental treinar todas as semanas, “aculturar” o treino, reunir o “grupo”, manter contacto com o marcador e obviamente, também achamos que treina-se e bem muitos aspectos individuais e colectivos de uma equipa (mais tarde veremos como).

Para fechar este item. É fundamental que a direcção forneça condições aos jogadores para que a grande preocupação deles (jogadores) seja treinar e jogar, só assim poderemos começar a utilizar a palavra exigir.


to be continued

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

COMEÇAR UMA AVENTURA (2)

• Gestão financeira;
• Gestão desportiva;
• Gestão comercial;
• Comunicação;


Irei por de lado (temporariamente) tudo o que concerne a G.financeira, G.Comercial e Comunicação, principiando esta segunda parte pela Gestão desportiva.

Aconselho que à volta da Távola Redonda se defina claramente, se queremos um projecto baseado no resultado-rápido-arrítmico (presente) ou se desejamos um projecto de resultado-lento-ritmado (futuro).

Para obtermos um resultado-rápido, basearemos a nossa equipa em contratações de jogadores já conceitudados e experientes, postergando a formação de novos valores numa segunda equipa.

Optando por este método poderemos alcançar – rapidamente - resultados de sonho, porem qualquer problema que incida sobre os jogadores (lesões, desistências, mudanças de equipa) poderá significar… o fim da aventura.

Isto para não falar no conceito “espírito de grupo” que é bem mais dificil de atingir com este método.

Ficou claro que sou apologista do resultado-lento mas ritmado, assim no próximo episodio desta aventura abordaremos o seguinte diagrama tendo por base “formar para vencer”:


to be continued






quinta-feira, 10 de setembro de 2009

COMEÇAR UMA AVENTURA

Neste espaço virtual, vou tentar abordar os factores fundamentais que possibilitam que uma equipa vença.


Se colocarmos esta questão a um punhado de jogadores, eles possivelmente irão responder coisas como; técnica, treino, garra, táctica e afins.


Tudo isso e muito mais são verdades, mas devemos primeiro generalizar e perceber os conceitos para depois de uma forma “micro” esmiuçar, questionar e inovar.


Assim, na sua forma mais "dilatada" começaremos por falar em organização interna, passando posteriormente aos itens que a compõem.


Não chega primeiro quem vai mais depressa mas quem sabe para onde vai (Séneca)


Organização interna

Toda equipa ou clube, dever iniciar a sua aventura discutindo que objectivos pretendem alcançar e que tipo de organização será a mais eficaz para os “atingir”.
Nos dias que correm toda organização deve ter (não confundir com o organograma de um clube, associação ou empresa) elementos alocados e responsáveis pelo que considero serem as 4 pedras basilares de um bom projecto:
• Gestão financeira;
• Gestão desportiva;
• Gestão comercial;
• Comunicação;

To be continued