terça-feira, 21 de dezembro de 2010

ENTREVISTA EXCLUSIVA "…teríamos sido campeões… Se… um árbitro na final não tivesse dado a vitória ao Benfica…"

Após a brilhante campanha em 2010, mais uma vez o Tinta Lusa dá o privilégio aos seus leitores, de poderem ler a primeira entrevista exclusiva de um jogador do Beira-mar. A mesa com o Horto… é como se segue, sem tabus e preconceitos…
Tinta Lusa: Equipa sensação do CN (Campeonato Nacional), equipa que mais dificultou a vitória final do S.L.B em toda a história… ao ponto de a maior parte do Paintball nacional achar que o Beira-mar também merecia ser campeão... qual é a sensação?

Horto: É como comer rodízio e no final do jantar o ananás vir muito azedo e frio, no entanto, quando conseguimos perceber que nem só das vitórias vêem as alegrias, nós próprios não estamos a conquistar uma vitória?

Tinta Lusa: aproveitando a analogia... o ananás veio na Lousada, que aconteceu nessa prova? o Beira-mar foi finalista em todas as restantes provas e nessa escorregou, foi a pressão de estar tão perto?

Horto: Nada de pressão, foi o inverso, foi a descontracção em excesso. Relaxamos muito, não que não tivéssemos o respeito que sempre tivemos por todos os adversários, mas houve um conjunto de factores que proporcionaram esta descontracção. Também o facto de termos treinado pouco, antes dessa prova, veio influenciar o mau resultado. Mas, teríamos sido campeões mesmo com este deslize. Se… um árbitro na final não tivesse dado a vitória ao Benfica com uma má decisão. Estou a ter mau perder agora?... ups.

Tinta Lusa: onde reside o segredo, que o deixará de ser agora, deste Beira-mar?

Horto: Comemos bebés ao pequeno-almoço (risos). O nosso segredo este ano é o mesmo segredo do ano passado. Nós o ano passado fomos e este ano vamos ser um dos melhores grupos de amigos em Portugal.

Tinta Lusa: vou fazer uma adenda a questão, se me permites, o teu/vosso Beira-mar é campeão nacional em todos os escalões até chegar a 1ª divisão, os amigos no trajecto foram mudando, quem faz com que os que foram entrando no meio do trajecto se insiram e se tornem nesse grupo fantástico?

Horto: houve várias pessoas que passaram por este grupo, quer directa ou indirectamente foram acrescentando moral e valor à equipa, Victor Oliveira, Rogério, Gil Beldford, depois há outras pessoas como o Paulo Jacob e o Pedro Jacob que transmitem uma energia fantástica e acreditem se quiserem, quando queremos muito uma coisa, se lutarmos muito por ela e acreditarmos que a podemos alcançar, obtemos o que procuramos. Além disso temos um capitão fantástico o Ângelo Canelas, que muitas vezes dá o que tem e o que não tem por esta equipa.

Tinta Lusa: disparemos... qual foi a equipa com quem sentiram mais dificuldades?




Horto: Trolls



Tinta Lusa: publicaste a uns meses no bloog do Beira-mar... e ainda comentaste no pódio em vila do bispo, que andaste o ano a ouvir e calar... queres clarificar melhor os leitores?

Horto: Prefiro não abrir mais essa porta, está fechada e deitei a chave fora.

Tinta Lusa: muito bem, passemos a outro assunto então, dos jogos que vi do Beira-mar (quase todos), vejo uma equipa que dispara muito, tem uma disposição corporal fantástica nos obstáculos, apresenta boas estratégias e joga normalmente na "contra" (entenda-se, arranque seguro, jogam com tiros cruzados no primeiro tempo e após a queda de um adversário, entram muito bem por esse flanco), concordas? queres clarificar?

Horto: tentamos jogar á luz dos melhores, fazemos muito trabalho de casa. Por vezes, jantarmos juntos e falarmos da nossa vida é melhor do que ir disparar uma caixa de bolas. Se me permites, a nossa táctica não é cruzar tiros nem esperar que uma peça caia, a nossa táctica é muito mais do que isso e é impossível de explicar e fazer com que toda a gente entenda. Concluindo, gostamos que nos vejam agressivos dentro de campo, seja a equipa que for o nosso objectivo é ganhar.



Tinta Lusa: vejo... que baseias muito do vosso sucesso e características de jogo na parte emocional e na gestão disso. Vendo-te de fora, como definirias o horto jogador?



Horto: indefectível na hora de julgar, fanático pelo meu grupo.

Tinta Lusa: quais as apostas do Beira-mar para a próxima época? que podem prometer aos fãs?

Horto: Nós não costumamos subir muito as nossas apostas, gostamos que tenham a percepção de que este grupo é humilde e vive um dia de cada vez, gostamos, como é claro, de ganhar nem que seja a brincar, mas aquilo que podemos prometer é suor e mais suor, treino duro para que a dureza dos treinos se reflicta na suavidade dos jogos. Vamos perder algumas vezes e ganhar outras, esperemos que no final o saldo seja positivo. Se me perguntasses: O Beira-Mar inspira a ser campeão nacional? a resposta seria: Sim, claro que sim.

Tinta Lusa: Se pudesses voltar atrás, mudavas alguma coisa?

Horto: não. Correu tudo bem, tudo como planeado, o grupo está ainda mais forte e além de termos fortalecido mais o nosso balneário, ainda ganhamos novos amigos.

Tinta Lusa: Para rematar esta entrevista, gostaria que me enviasses uma foto do Beira-mar onde se vislumbre a vossa força e que dediques umas palavras aos leitores do Tinta Lusa.

Horto: A força está aqui. Neste abraço e olhar sincero de amigos que dariam a vida uns pelos outros. Quero e como não poderia deixar de ser, agradecer a algumas pessoas, Paulo Jacob, Inês, Javier, Jota, APD, Sport Club Beira Mar e a todos aqueles que olharam por nós este ano. Na terra ou sabe-se lá por onde, obrigado por terem acreditado que o sonho era possível, obrigado por terem acreditado em nós. Já agora queria destacar os principais valores da nossa equipa, honestidade, lealdade e humildade. Para o ano estaremos mais fortes.









Tinta Lusa: em nome do Tinta Lusa; Muito obrigado Horto!




to be continued...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O TREINO – preparação…

Há quem se prepare para o jogo e há quem se prepare para a vitória, quais as diferenças?

Quem se prepara para o jogo, tem que ser capaz de enfrentar os problemas apresentados pelo oponente, pelo terreno de jogo e ainda pela forma – no sentido mais lato – da sua equipa. Assim, a preparação deve ter por base a “protecção”; já que a invencibilidade prende-se com a defesa; e ainda, com a “capacidade ofensiva” ou ataque; que é de onde podemos obter a vitória.

Quem se prepara unicamente para a vitória, descura e coloca de lado as infindáveis hipóteses que o adversário (preparado) colocar-lhe-á durante o jogo/ponto.

Preparação…treino…

Para planificarmos o nosso treino, temos que definir o número de vezes que o iremos por em prática, vamos treinar quantas vezes por semana? Por mês? Por ano? A isto, anexar as competições, quantas por mês? E exactamente, quando irão acontecer?

Planificado o trinómio data/treino/competição, teremos que formar os ciclos de preparação, macrociclo, mesociclo e microciclo;






O termo “macro” vem da palavra Grega makros que significa algo de grande tamanho.

O macrociclo é o conjunto de meses (mesociclos) e semanas (microciclos), que constituem valências que só se obtêm a longo prazo. Como por exemplo, fluidez de jogo e resposta imediata dos jogadores perante mudança de sistema táctico ou como resposta a uma alteração imposta pelo adversário, basicamente estamos a incutir no subconsciente dos jogadores respostas (técnico/tácticas) automáticas as vicissitudes do jogo.





O mesoclico é o conjunto de semanas (microciclos), que outorgam alicerces básicos no jogador, técnica, capacidade física e gestão emocional deverão ser incutidos neste ciclo.


Especial atenção ao mesociclo competitivo: nos casos mais simples os mesociclos deste tipo compõem-se apenas de um microciclo introdutório, outro competitivo e outro recuperativo.


Microciclo (mikros ou pequeno):


Microciclo de choque; implica um grande volume global de treino e um nível elevado de mobilização, tendo como objectivo o estímulo dos processos de adaptação do organismo.
Constituem uma parte importante do trabalho de preparação e utilizam-se igualmente no período competitivo.

Microciclo de competição: tomando em consideração o número de competições e a duração temporal que as separam, estes microciclos podem limitar-se ao treino de preparação directa para a competição (terminal) ou aos procedimentos de recuperação. Podem incluir sessões de treino específico/táctico.

Estes conceitos servem – como já devem ter notado – para planificarmos a época de forma a que possamos ter uma vista ampla do que nos espera, traçarmos uma estratégia que vá de acordo com o que pretendemos e ainda, sempre e quando desejarmos, efectuar um zoom microscópico que nos permita melhorar as fraquezas e manter as virtudes.



Planifiquem bem e depois utilizem a maior das forças!



“Existe uma força mais poderosa que o vapor, a electricidade e a energia atómica. Essa força é a da vontade – Einsten”




TO BE CONTINUED

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O JOGADOR – cometa ou estrela?

Há jogadores que, inesperadamente, nos tocam o coração e a razão de uma forma especial. E que subtilmente conseguem levar-nos a perspectivar o jogo de muitas outras formas.

Descentramo-nos então, daquilo que habitualmente somos e percepcionamos o jogo com um novo olhar... Tenho reforçado a minha consciência acerca dos jogadores Estrela...

Assim, organizo os jogadores em 2 grandes grupos: jogadores Cometa e jogadores Estrela.


Os Cometas, passam por nós em breves instantes; a sua presença, apesar de visível, não marca a vida de quem com eles se cruza.

Os jogadores Estrela, por seu lado, são luz, calor, vida! São presença viva, com quem se pode contar, mesmo nos momentos sombrios. São jogadores que conciliam a razão com a emoção de forma exímia.

Por muito que observe, não encontro muitos jogadores Estrela, talvez eu esteja ofuscado pela luz dos Cometas, ou então, os jogadores Estrela são realmente escassos...

Os jogadores Cometas quando aparecem, por breves momentos, conseguem reunir multidões de pescoço arqueado e olhos no céu, são contemplados, aplaudidos e depois… morrem. As multidões regressam a casa e no futuro ninguém se lembrará da data e nome do Cometa.

Os jogadores Estrela, estão sempre presentes, as vezes não os vemos ou porque as nuvens não deixam ou porque muitos estão distraídos a espera de um cometa, mas todos sabemos que eles estão aí.

O nome deles perdura, as datas mais significativas ficam gravadas, passam de geração em geração e nos momentos mais difíceis aparecem e guiam-te.

Apesar de não reunir multidões, são olhados por uns a procura de paz, por outros a procura de inspiração e o mais incrível é que gostam da companhia de outras estrelas, que coabitam no mesmo espaço de forma ordeira e com o seu próprio brilho.

Os Cometas são fugazes, querem o brilho todo para eles e seguem sempre a direcção que querem... claro, as vezes batem contra estrelas, planetas ou até mesmo contra outros Cometas e aí… desfazem-se.

E tu! és o que?


To be cotinued

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

CAMPEONATO NACIONAL – O mais nacional de sempre

Portugal tem uma área total de 92.090 km2, dividido em 18 distritos, mais os arquipélagos da Madeira e os Açores.

Estimasse que a população seja de 10.700.000 habitantes, o distrito de Lisboa possui 2.200.000 habitantes, seguido pelo do Porto com 1.900.000 habitantes, Aveiro com 800.000, Leiria com 500.000 e Faro com 450.000.

Estou-vos a falar unicamente nestas zonas geográficas porque serão elas as representadas no próximo campeonato nacional 2011 (1ª divisão), o mais nacional de sempre.


Esta época, que findou (2010 – 1ª divisão), apresentava (como tem sido apanágio nos últimos anos) a distribuição das equipas na seguinte forma:


Lisboa dominava claramente, representada pelo S.L.B, Trolls, S.C.P e Belenenses, seguida pelo Porto que sempre foi representado pelos Metralhas, dando passo ao Algarve que tinha dado entrada neste escalão a 2 anos com 2 equipas das quais só sobreviveram os Azimut. Aveiro e Leiria entraram este ano com Beira Mar e União de Leiria…


A próxima época (2011 – 1ª divisão) arrancará da seguinte forma:






Lisboa terá a mesma representatividade que Porto e a incrível Leiria, Aveiro e Algarve mantêm o que tinham.

Tudo isto poderá suscitar as seguintes questões:


Pela positiva, o que se tem vindo a fazer em Leiria, Paintland um exemplo a seguir, União uma equipa ou um clube?

Pela negativa, o que esta a acontecer em Lisboa? nunca o X-ball teve tantos torneios/fornecedores nesta zona.

Porto e Faro, são o que são, derivado ao bom trabalho de Metralhas e Azimut? no caso de uns sem apoio no norte na vertente competição (x-ball) e no caso de outros claramente com apoios na competição tanto interna como externa.


Aveiro, consolida um excelente Beira Mar, com um rooster também ele nacional… onde se encontram jogadores de todo o país, será este o futuro?

“A olho nu”, parece que a vertente clube (Metralhas, Paintland, Azimut) faz pela sua zona de residência e tenta alargar o nosso desporto captando e fazendo escola, será?

Outra vertente é a de equipa, onde é clara a aposta no rooster sem dar importância a identidade ou génese, é verdade?

Que isto dava um lindo debate dava… afinal o número de habitantes ou a riqueza intrínseca há uma zona, não são pedras basilares para um óptimo trabalho, ou será tudo isto fruto do acaso?

To be continued

domingo, 24 de outubro de 2010

O JOGO - A procura de Danoninhos

Neste ano, difícil para os Metralhas/Gold, por diversas vezes temos debatido o que nos tem faltado para sermos mais assíduos nas finais… neste momento, todos sabemos o que falhou, o que faltou e o que é verdadeiramente necessário. Sabemos as respostas e apesar de muitas delas serem do foro interno, gostaria de abrir o jogo numa asserção proferida pelo Máquinas (jogador dos Metralhas Gold)… “tem-nos faltado uns danoninhos”.

Analisando estas palavras… fiquei estupefacto, é verdade… penalizações, saídas (em jogo) fáceis e disposição relaxada nos obstáculos, são danoninhos… o problema é que são muitos danoninhos para se darem todos no mesmo desafio.



Já nas primeiras crónicas, escrevi sobre a importância da toma de decisões a volta da “mítica” Távola redonda. Agora equiparo os danoninhos ao santo graal e foi assim que viajei pelo mundo virtual, de forma a poder encontrar exemplos claros do que são esses danoninhos ou graalzinhos se preferirem.



Analisemos o jogo do Millennium-series 2010 em Málaga, que defrontou o S.L.Benfica aos SKMoscow, no seguinte campo (nomenclatura incluída):





Agora anexemos o vídeo do jogo










SK Moscow - Lisbon Benfica 20.05.10 (Malaga) from SK Moscow on Vimeo.



1º ponto – arranque SKMoscow

1 jogador directo para chamuça 2, os restantes vão a disparar e posicionam-se da seguinte forma:
1-A, 2-B e 1-1 (tempo vídeo 1:11);


SKMoscow efectua o seu 1º movimento, A para cobra 1 e B para C (tempo vídeo 1:13);
Chamuça 2 sai no pré (tempo vídeo 1:14);


O jogador em 1 sai na linha (tempo vídeo 1:15);


Apesar das penalizações ao Benfica, ficam dois para dois e Margott resolve (tempo vídeo 1:37 – 2:10);


Primeiro danoninho para o Benfica; ou temos efectivamente jogadores que fazem a diferença ou as penalizações podem custar muito caro… a minha vénia a Margott;

Benfica ganhava 1-0 SKMoscow


2º ponto – arranque SKMoscow

5 jogadores a disparar (tempo vídeo 2:58), que se posicionam da seguinte forma:

2 em B, 1 em A, 1 em 1, 1 em chamuça 1 (tempo vídeo 3:01);


O 1º movimento repete-se, A para Cobra 1 (tempo vídeo 3:02);


Nenhum jogador russo sai no prebacking, restam 3 jogadores do Benfica (D,1, Cobra1) (tempo vídeo 3:11);


B abre para D e 1 faz deitado para fechar avanços de Cobra 1(3:21);


Cobra 1 joga para 2 e cobre as costas ao deitado que joga para Cobra 1… ainda, B, joga também para Cobra 1, D joga para o seu espelho e Chamuça 1 procura alvos.;


É interessante, verificar como Sk Moscow retraiu-se após uma saída no primeiro ponto e mantém os jogadores muito próximos e com avanços cautelosos;


Segundo danoninho parao SKMoscow; aposta forte no prebacking e sem perca de jogadores; avanços cautelosos e muito fluxo de bola sobre os adversários.

Benfica 1-1 SKMoscow

3º ponto – arranque S.L.Benfica

2 jogadores directos e 3 a disparar (tempo vídeo 5:30), que se posicionam da seguinte forma:
1 em A, 1 em B, 1 em C, 1 em D, 1 em 1

Sk Moscow perde um jogador (Cobra 1) e ficam os restantes em D, 2 em B e 1 em 1;

Penalização grave no Benfica e ponto para os “Tovarish”;

Terceiro danoninho para os SKMoscow; e que comprova o que aconteceu no primeiro ponto, penalizações custam caro, Margott após o primeiro ponto parece que desapareceu;

Benfica 1-2 SK - Moscow

4º ponto Sk Moscow: 5 jogadores a disparar

2 em B, 1 em C, 1 em chamuça 1 e 1 em 1 (tempo de vídeo 6:40);


Benfica, posiciona-se 1 em a, 2 em B, 1 em c e 1 em 1;


Benfica perde um dos jogadores em B (tempo de vídeo 6:42);


Sk moscow movimenta C para 2, 1 para templo grande 1 e um dos jogadores em B para 1;


1 faz cobra 1 e consegue colocar outro jogador em chamuça 2, interessante verificar como os 4 jogadores do SLB mantêm-se colados aos obstáculos (tempo de vídeo 7:20);


Reviravolta do S.L.B em inferioridade numérica, o jogador em templo grande vai para o deitado, o chamuça 2 dos russos sai, Fedorov que se encontrava em 2, recua para D (quem disse que isto só se joga para a frente?);


Vão saindo jogadores, os russos arriscando mais e o Benfica mantendo organização defensiva;


Chegamos ao momento em que Fedorov fica sozinho para 2 jogadores do Benfica, Kemp mantém ocupado Fedorov enquanto Hugo formiga abre para as chamuças, Kemp não deveria ter arriscado tanto e paga a ousadia perante Fedorov… depois assistimos a um disparo fantástico de um verdadeiro sniper e Hugo resolve;


Benfica 2-2 SKMoscow


5º ponto...


Benfica sai com cobra 1 e chamuça 1 directos, enquanto disparam B, 1 e 2;


1 abre rapidamente para templo grande e Benfica arranca um jogador moscovita, apesar de que segundos depois o Benfica perde chamuça 1 quando este tenta ir a linha;


Moscow aposta nas chamuças… Benfica aposta na cobra;


Moscow mantém os jogadores em posições altas e confortáveis, o lado da cobra do Benfica tem dois jogadores em posições baixas (cobra 1 e deitado);


Do lado das chamuças, F.mendes sai e Formiga abre tentando manter seguro esse lado;


Apesar dos intentos, os russos mantém organização e posições cómodas o Benfica tenta atacar quando o mais fácil seria tomar a mesma postura do seu adversário;


Benfica 2-3 SK Moscow e com o tempo a finalizar o Benfica tenta mas sem resultado no derradeiro ponto;


Voltemos ao inicio desta nossa conversa, os Metralhas/Gold estávamos em penúltimo lugar do campeonato nacional e restavam duas provas.


Este jogo em particular ajudou-me a perceber e transmitir que danoninhos faltavam (para além dos psicológicos), tínhamos penalizações em momentos fulcrais, perdíamos organização defensiva quando o ponto se prolongava, mantínhamos relaxamento físico na nossa disposição nos obstáculos e tínhamos jogadores que eram capazes de fazer um ponto extraordinário, mas que posteriormente desapareciam do jogo… comemos e digerimos estes danoninhos o que resultou na nossa manutenção no maior escalão do campeonato nacional.


Ah esquecia-me… isto só foi possível porque nos piores momentos (que é quando efectivamente se verifica quem é quem) mantivemos uma união e uma força como poucos possam ter contemplado ate hoje.


To be continued

quarta-feira, 14 de abril de 2010

COMUNICAÇÃO (2)

“Respeita o teu esforço, respeita-te a ti mesmo”.

Após duas provas do Campeonato Nacional de Paintball e nas quais presenciei as finas do outro lado da rede, deliciei-me ao ouvir nesta última prova e bem de perto o que os finalistas comentavam antes do grito dos 10 segundos.

Retrocedamos um pouco no tempo, Beira-Mar e Benfica chegaram as finais utilizando métodos completamente opostos. Enquanto os primeiros jogaram em contra-ataque e utilizando alguns tiros cruzados para fazer cair em primeiro lugar um adversário, os segundos o fizeram claramente em domínio territorial desde o primeiro segundo e jogando pelas linhas.
Uns e outros foram claros merecedores da ansiada FINAL!!!

Primeiro ponto, encontro-me atrás do arranque do Beira-Mar e como é habitual nestes casos e na maior parte das equipas o que se ouve são palavras de incentivo… “vamos lá ganhar a estes gajos” ou “não vamos dar hipóteses…”.

Nada de transcendente, peculiar o facto de não utilizar adjectivos que menosprezem o adversário e sim utiliza-los somente para incrementar a atitude positiva dos Beira-Mar.

Beira-Mar 1-0 Benfica.

Segundo ponto e foi a partir daqui que encontrei formas de comunicar diferentes nos capitães de ambas as equipas e naqueles a que eu chamo líderes na sombra.

… encontro-me atrás (novamente) do arranque do Beira-Mar e ouço o Horto (capitão do Beira-mar)… “estão a ver o F.Mendes? mais parece um comboio a carvão, vou tira-lo no pré” o líder na sombra e mais conhecido por Canelas, continua com palavras de incentivo.

Beira-Mar tira o F.Mendes no pré e o resultado é 2-0 Benfica.

Terceiro ponto e ainda no arranque do Beira-Mar… Horto para um jogador da equipa “agora és tu que vais tirar o F.Mendes está mesmo a pedir que lhe acertes na cabeça”.

Beira-Mar tira o F.Mendes no pré mas o Benfica ganha este ponto (2-1).

Troca de campo e agora estou atrás do arranque do Benfica, Hugo – capitão do Benfica – procede a alterações de jogadores e não deixa entrar nenhuma segunda linha, palavras de incentivo e... “Tiago (coelho), deste lado o ângulo é completamente diferente, agora não te tiram”.

Bom arranque de ambas as equipas mas o tiro cruzado que se fazia do lado da cobra em direcção as chamuças aniquila o Tiago e o Hugo na compensação… resultado Beira-Mar 3-1.

Antes do arranque do Benfica para o quinto ponto… o F.Mendes manifesta as dificuldades que esta a sentir em chegar a base das chamuças ao que o líder na sombra (Tiago Coelho) responde “vais directo e vais chegar vivo” ainda “temos tempo malta vamos para cima deles”.

O F. Mendes chegou o Tiago Coelho fez um arranque impressionante e o Benfica ganhou este ponto… resultado Beira-Mar 3-2 Benfica.

Faltam segundos para acabar o jogo, sexto ponto e o Miguel Franco, o jogador mais em forma da actualidade, pergunta ao capitão… “Hugo o que faço? “ resposta “Não sei… mas desfaz o lado da cobra”.

O Benfica sem tempo e o Beira-Mar sem medo deu final do jogo e vitória final do Beira-Mar.

O que encontramos nestas formas de comunicação? Para além do lado cómico que podem ter quando temos os batimentos cardíacos em repouso, é impressionante que a comunicação foi sempre para dentro do grupo, sem tocar em factores externos do jogo (árbitros, campo, vento, bola, marcadores) e mostrando um auto-respeito enorme.

O respeito é um sentimento? sim, um pensamento? sim, uma mentalidade? sim.

Mas o que estas duas equipas mostraram neste jogo foi uma filosofia de vida!
Destaco o Beira-Mar neste momento, porque tem comunicado com resultados (vitórias em todas as divisões até chegar a Gold), tem comunicado com seriedade para o exterior e utilizando canais

que todos conhecemos mas poucos utilizamos.



O auto-respeito e o envolvimento dedicado de todos permitiu-lhes atingir o primeiro lugar neste CN e uma boa aventura além fronteiras.


To be continued

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

COMUNICAÇÃO

Lembram-se da primeira crónica?

• Gestão financeira;
• Gestão desportiva;
• Gestão comercial;
• Comunicação;

Sim, agora abordaremos a comunicação, como comunicamos? o que comunicamos? o que queremos comunicar? e de que forma o poderemos fazer?

A comunicação humana é um processo que envolve a troca de informações e utiliza os sistemas simbólicos como suporte para este fim. Estão envolvidos neste processo uma infinidade de métodos: duas pessoas em conversa cara-a-cara ou através de gestos com as mãos, mensagens enviadas utilizando a rede global de telecomunicações, a fala, a escrita que permite interagir com as outras pessoas e efectuar algum tipo de troca informacional… e muito mais…

No papel de emissores é interessante tentar perceber que imagens e sensações transmitimos aos receptores… como uma imagem vale mais do que mil palavras… vejamos o seguinte vídeo:


Acham necessário perceber o que eles transmitem verbalmente? Os “all black’s” fazem questão de mostrar pela expressão facial, corporal, verbal e pela disposição (normalmente em V) do conjunto de jogadores o que querem transmitir.
A quem diga, que normalmente antes de começarem qualquer jogo esta dança Maori, fornece-lhes a partida uns pontos de avanço, porque?

Coloque-se no ambiente visualizado e na posição de jogador da equipa adversária, é surpreendente sentir-nos – numa primeira fase – intimidados, assombrados e talvez com oscilações nos níveis de confiança.
Agora, faça o inverso e coloque-se na posição da equipa “opressora”… para além das sensações que transmite a equipa adversaria quais as que você despoletou em si mesmo? Subida dos níveis de confiança, tensão muscular positiva e determinação.

Muitos dirão que os All Black’s não ganham sempre e até que perderam inúmeras finais, mas o que é certo é que numa percentagem elevadíssima iniciam os primeiros 20 minutos de jogo na frente do marcador e normalmente disputam as finais das mais prestigiadas competições.

A volta da organização e com uma base sólida na gestão desportiva, criaram uma imagem (comunicaram) que posteriormente com transmissores “sociais” (por exemplo, jornalismo, relações públicas, publicidade, audiovisual e meios de comunicação de massa) possibilitou ficarem conhecidos no mundo inteiro; hoje em dia se falarmos em rugby o primeiro pensamento recairá quase sempre sobre os temíveis All Black’s.




To be continued