segunda-feira, 14 de novembro de 2011

VEJAM LÁ SE CHATEIAM-SE MAIS UM BOCADINHO…

Nos últimos anos tem-se ouvido sempre falar do “jogar a russo”, leia-se jogar tipicamente como jogam os Russian Legion.



Eu sinceramente acho que é uma forma de sentir o jogo, ostentam uma cultura de club que esta muito relacionada com o estilo de vida…



Se pesarmos numa equipa que joga bem, ofensiva e que agrada a qualquer espectador, estaremos a falar claramente dos Russian Legion.



Se tivermos que escolher uma equipa que forma jovens jogadores, que constitui a espinha dorsal de uma selecção e que tem dado origem a alguns dos melhores jogadores do mundo, estamos novamente a falar dos Russian Legion.


Mas… o que é jogar a russo? Qual é a essência do clube?



Existe um livro de David Winner “Brilhante Orange” que descreve como surgiu o futebol total na Holanda, e que o assemelha com a arquitectura e cultura de Amsterdam.



Se estivermos de acordo com David Winner… deveremos levantar duas questões pertinentes, é um erro achar que o jogo russo é um sistema técnico táctico? Ou deveremos antes, tentar perceber o processo que origina este jogo?



Penso, que o que nos leva a um sistema técnico táctico são o tipo de jogadores que temos, tentar jogar “a russo” com jogadores lentos, ou não muito dotados tecnicamente seria oferecer o ouro ao bandido.




Mas, também penso, que pode-se aculturar um clube (ou seja, todos os jogadores que o compõem), com tempo e determinação, podemos moldar a matéria-prima de forma a possuir um tipo de jogadores que permita efectuar esse tipo de jogo.



Discutir os métodos e estilos dos Dynasti vs Russian Legion deverá ser semelhante ao debate que existe no mundo do futebol entre Mourinho e Guardiola ou Real Madrid e Barcelona.



Mourinho e Lang adaptaram-se a cultura do clube que os contratou e perante o que tinham, procuraram um estilo que os presenteasse com resultados imediatos.
Guardiola e Kirill, procuram na sua génese e na sua escola, jogadores que permitam usar um estilo de jogo que outorgue resultados, mas também prazer em jogar e em ser visto a jogar.




A única divergência nestas comparações é que o Barcelona ganha muitas vezes e o Russos nem por isso, os Dinasty ganham muitas vezes e o R. Madrid nem tanto.



É aqui neste vértice que a única grande diferença só pode ser a vontade de ganhar versus a repercussão da derrota.




Enquanto vejo os Russos após derrotas agir como se nada tivesse sucedido, os Dynasti a partir do momento que reconquistaram o Oliver Lang, não ficam parcimoniosos diante da derrota.



O que é certo é que na minha meninice e quando sonhava que era um grande jogador de futebol, os meus golos nunca eram na própria baliza, em esforço, ou porque a bola tabelava num adversário… eram sempre golos de pontapé de bicicleta ou com fintas infindáveis sobre os opositores, que finalizava com um lindo chapéu sobre o guarda-redes.




Assim e porque os homens somos eternas crianças, em que a única coisa que altera é o preço dos brinquedos, prefiro e aposto na cultura de jogo e clube.





Viva os Russian Legion! Mas vejam lá se chateiam-se mais um bocadinho…




To be continued

9 comentários:

Tiago Teixeira disse...

Tanto falamos disto, Raúl!
Não tirando merito á grande equipa que os russian legion são, eles já não têm a garra que antes tinham.. Não sei se é por cada vez serem melhor recebidos nos States, se por outra razão qualquer, eles agora saem de campo a sorrir e felizes, como se nada fosse.. Tenho saudades do antigo PSP e da garra que eles tinham :)

Nuno Lourenco disse...

Amigo Raul, finalmente mais um artigo ;)

Desta vez estou só meio de acordo! ;) é verdade que jogar à russian legion, é uma escola e não um estilo de jogo.. porque se não fosse os russos não jogavam todos da mesma maneira, seja qual for a equipa.
Existem histórias infindáveis de jogadores que já treinaram ou já jogaram com os Russos, histórias de "maus tratos", repreensões, perfeccionismo, etc.
Mas neste momento o jogo dos Russos (leia-se Russian Legion) já não é a mesma coisa.. se virmos na europa Art Chaos jogam sempre na defesa e esperam que o Fedorov faça magia, ou então que o Kiril tenha uns bons primeiros 20 segundos e chegue à chamuças dos 50, caso contrário teremos um ponto parado e retrancado. Nos States como Red Legion, têm a estrela da companhia JRab que faz das tripas coração para ganhar. Se avaliares a maneira como o todos jogam o Justin é o único que joga à Dynasty ;)O problema é que quando o dia está negro para o Justin e o sol ainda nao abriu para o Fedorov os russos, jogam, jogam bem, mas não têm um jogo suficientemente bom para combater o jogo fluido dos américas.

resumindo cultura de jogo e clube fora das linhas, jogo fluido e liberdade dentro das linhas :)

Just my 2 cents

Raúl Tavares disse...

É verdade Tiago, temos sempre falado sobre este assunto, mas... estamos de acordo ou não? ;)

Raúl Tavares disse...

Olá Nuno,

Bom quando eu falo dos russos não quero que passe a imagem de que são robots, quero que passe a imagem de que são possivelmente os melhores atletas e os mais preparados nos circuitos de paintball.

Tenho quase a certeza, pelo menos são palavras do Xalo Almeida, que os requisitos para fazer parte desta equipa são tão altos a todos os níveis (técnica, físico, etc), que eles próprios os concebem (na Rússia, dando apoio a inúmeras equipas) porque o que esta fora não chega.

Em relação a jogarem na defensiva… não concordo, em Paris jogaram sempre ao ataque, dando liberdade aos jogadores desde que cumprissem algumas regras. Tanto jogaram ao ataque, que chegaram a perder pontos com jogadores nos 60 e adversários ainda na primeira fase de jogo.

Pelo que tenho visto na PSP e exceptuando esta última final com os Damage (equipa que admiro e conseguiu ganhar ao Dynasty fazendo o jogo dos Dynasty e aos russos fazendo o jogo dos russos), temos visto finais perdidas com russos nos 60 e adversários a recuperar após aguentarem o ataque.
Concordo sim, que o Panteleev o Kirill e o Berchnikov, não tem estado em estado de graça, perdoem a redundância.

E continuo a opinar tendo por registo variados vídeos, que eles já não sofrem tanto com a derrota… tanto é assim que ate mediatizaram em forma de poster digital o grande sucesso que foi um 2º lugar na world cup… de rir.

Obrigado por me ter dado a oportunidade de digladiar isto contigo, forte abraço 

Raúl

Tiago Teixeira disse...

Estamos sim, Raúl ;)
Posta mais que ando a gostar de ler

Nuno Lourenco disse...

Olá Raul,

Sem dúvida que para eles uma derrota já não pesa tanto como pesava quando na plateia 95% das pessoas gritava em plenos pulmões U - S - A!!!

O "drive" da maioria deles não é o mesmo, tirando o Fedorov que se acha a última coca-cola do deserto( admito que não gosto dele :P) e o JRab que quer bater o Ollie aos pontos e quanto mais rápido melhor. Todos os restantes não me parecem os mesmo..
Se olhar-mos para o Kiril tem jogos fantastiscos, e tem outros que é ball 1 todos os pontos (vi isto em Paris) se ele chegar aos 50 ou 60 como tu dizes as coisas podem correr bem... Outro exemplo é o Mishka, pouca gente repara nele mas é o pilar do 5 dos Russos, sem ele nada mexe, e é quem resolve a maioria dos 2 vs 3, 2 vs 4 e raramente perde um 1 on 1...

Portanto estou de acordo que a vontade de vencer não é a mesma, a dor derrota é directamente proporcional, se a vontade é pouca a dor também não é muita.

Mas para mim os russos não são o que eram, é verdade que em Paris jogaram ao ataque, mas sempre os mesmos Kiril running & gunning par a chamuça 1 e fedorov para a cobra, quando não chegava parava tudo.. claro que quando chegava a coisa corria bem.. O que quero dizer é que até nos metralhas vi mais alternativas e polivalência!!

é sempre um prazer discutir paintball contigo principalmente quando não concordamos :)

abraços

Raúl Tavares disse...

Excelente comentário Nuno :),

Acho que se colocarem de lado o show pelo show, as camaras e a fama...e se ainda se derem ao trabalho de jogar para o resultado, vao lá facilmente.

Abraço,
Raúl

Nuno Lourenco disse...

agree!! hands down! :)

abraços

Nuno Lourenco disse...

E depois de uma época...

Ainda pensamos o mesmo???

A saída do Fedorov, do Mishka e do Solnishkov dos RL, mudou ou não mudou todo o panorama?
E os russos em vez de irem buscar às escolas foram buscar à europa e américa!! resultad = escasso

Tentaram jogar à dynasty? tentaram construir uma equipa como os dynasty?

O que é certo é que nenhuma das equipas foi suficientemente boa para combater um conjunto de mercenários com liberdade de jogo e agressividade extrema!

Talvez o paintball ganhador seja mesmo o paintball agressivo!!

Abraços!